06/05/2021

Mais um estudo é lançado pelo Programa Semear Internacional, em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), intitulado “Análise da desigualdade de rendimentos entre as áreas urbanas e rurais no Nordeste do Brasil”. O objetivo da publicação é compreender as questões interseccionais – ou até invisíveis num primeiro momento – que contribuem para refletir acerca de tais desigualdades, buscando identificar quais são os fatores que explicam essas diferenças.

A extensa revisão de literatura elaborada pela equipe apontou para a utilização de ferramentas de mensuração que permitissem calcular os principais componentes que explicam a desigualdade entre as regiões avaliadas. Houve um especial cuidado na seleção desse conjunto de métodos, para evitar o risco de evidenciar desigualdades provenientes de diferenças individuais ou localizadas. Desse modo, a análise identifica questões gerais e comuns às populações avaliadas, fazendo com que a amostra esteja apta para comparação e extração de conclusões.

Como fonte de dados, a equipe responsável pela execução técnica do estudo se utilizou das bases governamentais oficiais, garantindo diversidade de variáveis explicativas sobre os indivíduos residentes em diversas localidades. Os resultados encontrados sugerem a relevância fundamental das políticas públicas focadas na melhoria da estrutura produtiva das regiões rurais, dando ainda mais protagonismo àquelas que visam contribuir para o aumento da formalização dos trabalhadores e trabalhadoras, um dos pontos identificados como causadores da maior distância entre fluxos de renda.

As desigualdades sociais e de renda são uma das questões mais graves enfrentadas por países em desenvolvimento. As tendências de recrudescimento do espaço entre ricos e pobres assustam cada vez mais e criam um senso de urgência que pressiona autoridades das mais diversas esferas a buscar soluções alternativas e inovadoras quando comparadas ao paroxismo dos tempos atuais. Evidente que ainda dentro das esferas de desigualdade existem grupos e subgrupos mais ou menos vulneráveis, que encaram a problemática a partir de pontos de vista e enfrentamento distintos. A região semiárida do nordeste brasileiro está entre as mais afetadas por este fato social e, mesmo dentro desse espaço, é notável a diferença entre setores específicos, evidenciados a partir de recortes sociais ou geográficos.

O estudo faz parte de uma série de três estudos idealizados pelo Semear Internacional. Os outros dois, já lançados, são: “Impacto de Eventos Climáticos Extremos sobre Saúde e Educação de Jovens no Semiárido Brasileiro” e “Impacto de Eventos Climáticos Extremos sobre Emprego e Renda no Semiárido Brasileiro”. Agora, os três estudos estão disponíveis no Portal Semear, na seção de Publicações, em três versões – português, inglês e espanhol. Eles podem ser baixados gratuitamente.