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Jovens rurais mudam a “cara” de uma associação de agricultoras e agricultores no interior do Piauí

A missão do agricultor Giovane Dionísio Coelho, 24 anos, graduado em matemática pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) foi equacionar um problema de renda da comunidade onde ele vive com a família. E com o apoio do Projeto Viva o Semiárido (PVSA), em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), no Piauí, Giovane conseguiu.

Presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Carnaíbas há cerca de dois anos, ele mobilizou as 15 famílias associadas propondo o desenvolvimento da ovinocultura, uma atividade, que junto à apicultura – já desenvolvida na região – traria um complemento na renda de todos e todas. Com a aprovação dos associados, o PVSA, entregou a cada família sete ovelhas-matrizes e um centro de manejo. Os reprodutores também foram cedidos e disponibilizados em um esquema de rodízio, garantindo que todos tivessem um rebanho com boa qualidade genética.

A raça pura dos reprodutores permitiu o rápido desenvolvimento dos cordeiros, que atingiam o peso para o abate em seis meses. Algo impossível de acontecer no passado, como explica Giovane. “A partir dessa ideia, com o financiamento do Viva o Semiárido, a gente tem conseguido melhorar a genética da nossa criação de ovelhas, adquirindo um peso de carcaça melhor na comercialização e aumentando a renda da população aqui da nossa comunidade”, comemora.

Os frigoríficos da região são os principais compradores da produção. O produtor ou a produtora que conseguir vender dois cordeiros, pesando entre 12 e 15 quilos, por mês, vai aumentar a renda em pelo menos, mais R$ 4 mil por ano. Os centros de manejo foram construídos pelos associados a associadas, que também receberam do PVSA assistência técnica para a conclusão da obra, como destaca Martinho Coelho de Sousa, um dos beneficiários. “O assistente técnico veio aqui, ajudou a medir tudo e orientou a gente na construção. No meu caso, eu tive que fazer um aterramento para nivelar o piso porque depois de cimentado vai ficar mais fácil para limpar”, disse.

O rebanho do seu Martinho ainda não está pronto para o abate, mas os planos já estão na ponta do lápis. “Só não vendi ainda porque meu rebanho é pequeno, mas, se Deus quiser, e tudo dando certo, meu rebanho vai crescer e quem sabe eu não acerto uma venda grande e boa lá frente?”, projeta. Assim, cada uma das 15 famílias que dividiram os reprodutores, multiplicaram os rebanhos e adicionaram novas fontes de renda ao seu trabalho, desejam que essas sejam as únicas operações matemáticas que eles precisem fazer daqui para a frente.

Reportagem: Luiz Cláudio Moreira