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B Boas Práticas na Convivência com o Semiárido

Organização Comunitária
DESENVOLVIMENTO E MELHORIA DE POTENCIAL PRODUTIVO – Assentamento Vista Alegre – Piauí

Segundo Ramiel Martins, morador do Assentamento Vista Alegre, município de Oieiras-PI,  um dos grandes desafios das famílias que vivem nesta comunidade, sempre foi a dificuldade de acesso a alimentos saudáveis e diversificados, principalmente pela renda média das famílias ser muito baixa. Em razão desta realidade, a base da alimentação das famílias era composta principalmente por milho, arroz e feijão.

Esta realidade ganhou um novo cenário, após a aprovação do Plano de Investimento Produtivo (PIP) da Comunidade junto ao Projeto Viva o Semiárido (PVSA), cujo objetivo tem sido estruturar canteiros de produção irrigada, produção de peixe em viveiro escavado e produção de caprinos.

Com a execução do PIP a todo vapor, que contempla ao todo 24 famílias da comunidade, já foi realizada a construção dos tanques e a compra de 6.000 alevinos de tambaqui, espécie bem adaptada a região, para o início da atividade de piscicultura, além de toda a ração necessária para 01 ciclo de produção.  Em paralelo, além de Ramiel, os produtores beneficiários do projeto receberam capacitações sobre técnicas de piscicultura, e contam com a assistência técnica (AT) da EMPLANTA, por meio dos serviços contratados junto ao PVSA. Um novo curso será iniciado ainda em agosto de 2019, em parceria com uma agência nacional, o Serviço Nacional de Áprendizagem Rural (SENAR), que envolve técnicas de manejo, produção e comercialização.

Os avanços da implementação do PIP, já contemplam também a construção de 06 apriscos e a aquisição de 96 matrizes de ovinos e 06 reprodutores, além da retomada da atividade de produção em pequena irrigação, liderada principalmente pelas mulheres da comunidade.

Segundo Ramiel, este arranjo produtivo mudou a realidade do assentamento e de sua família.  Com os ciclos de colheita já realizados no canteiro cultivado por sua esposa, a renda da família aumentou em média R$ 350,00 por mês, por meio da comercialização de milho, batata doce, coentro, cebolinha e abobrinha, realizados no comércio mantido por sua sogra na cidade de Oeiras. Para o próximo ciclo, todo o canteiro foi plantado com milho, devido à solicitação de comerciantes locais, que alegam escassez do produto. Ramiel não perdeu tempo e já negociou, antecipadamente com um comerciante local, toda sua produção, com a estimativa de faturar R$ 600,00 com esta colheita em Setembro.

A alimentação de sua família atualmente é diversificada e saudável, muito diferente da limitação de produtos antes do apoio do PVSA, tendo um efeito direto na saúda da família. Com a piscicultura, Ramiel está ansioso para inserir no cardápio semanal, pratos preparados com os peixes que já estão em desenvolvimento nos tanques construídos com o apoio do Projeto e relata que sua maior satisfação é “viver no interior com sua família, consumindo alimentos de qualidade, produzidos por mim mesmo”, e com o apoio do PVSA, isto se tornou uma realidade.

Além disso, Ramiel não esconde a satisfação de poder ajudar aos demais produtores, por meio de seus conhecimentos técnicos de produção em caprinos e irrigação, sanidade, vermifugação e pequenas cirurgias externas em animais, devido à sua formação em técnico agroprecuário e técnico em veterinária, ressaltando que “nunca quis trabalhar como técnico empregado em alguma empresa, meu orgulho é poder passar meu conhecimento a quem precisa, mas não pode pagar por isso”.