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Produção de máscaras artesanais ganha destaque entre os projetos apoiados pelo FIDA

09/04/2020

Em razão da pandemia provocada pelo Novo Coronavírus, a procura por máscaras cirúrgicas ou mesmo máscaras descartáveis de proteção respiratória vem aumentando bastante e o produto está em falta em todos os pontos de venda, principalmente nos interiores dos estados nordestinos. Para amenizar a situação e atender as pessoas mais vulneráveis, alguns grupos e associações de costureiras estão empenhados na produção de máscaras artesanais de pano e já mostram ótimos resultados.

Dois exemplos disso são os grupos de costureiras da Associação de Artesãs do município de Ipiranga (Assaripi), no Piauí, e da Associação de Desenvolvimento Comunitário dos Moradores do Povoado Rua do Fogo, no município de Simão Dias, em Sergipe. A primeira é beneficiária do Projeto Viva o Semiárido, enquanto a segunda é atendida pelo Projeto Dom Távora. Ambos os projetos, tanto o Viva o Semiárido quanto o Dom Távora, são apoiados pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – FIDA.

Normalmente, os membros da associação piauiense produzem móveis, cestos, peças de decoração, roupas e bolsas, utilizando talo de buriti e fibras vegetais da região. A partir da pandemia, eles voltaram o foco da produção para as máscaras, porque viram uma oportunidade não só de colaborar, mas, também, de obter renda. Com a adaptação dos seus maquinários para a nova fabricação, a comercialização da produção já chega a 500 máscaras por dia. “De início, fizemos poucas peças e doamos para as pessoas do interior, principalmente idosos. Em poucos dias, já estávamos doando para o Posto de Saúde. Depois, o hospital mandou a matéria prima, o TNT, e rapidamente chegamos a 300 peças num único dia”, relembra Lídia Ribeiro de Andrade, presidente da associação.

Em Sergipe, a história não é muito diferente. A associação de lá produz, principalmente, lençóis, toalhas, jogos de cozinha e outros produtos de uso doméstico facilmente comercializados, mas também dispõe de experiência e capacidade para produzir, de modo artesanal, as máscaras de proteção que tanto a sociedade necessita. Elisângela Nascimento de Almeida é uma das costureiras da associação e, sozinha, está produzindo de trinta a cinquenta máscaras por dia. “Cada uma de nós está trabalhando em casa, para evitar a aglomeração, e estamos vendendo a R$ 5,00 cada máscara, para as pessoas que procuram aqui no município. Não temos como entregar de graça porque vivemos da costura e temos que repor o material”, explica ela.

Já na Bahia, a Secretaria de Desenvolvimento Rural, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, abriu um edital especial para habilitação de associações, cooperativas e microempresas, instaladas no estado da Bahia, para produção emergencial de máscaras artesanais. Esses itens serão destinados a pessoas em vulnerabilidade social e econômica e a funcionários públicos, com o objetivo de ajudar na contenção do contágio do Novo Coronavírus. Para se inscrever, basta acessar o seguinte endereço: http://www.sdr.ba.gov.br/node/6185. A iniciativa estimula que associações atendidas pelo Projeto Pró-Semiárido, que é o projeto apoiado pelo FIDA na Bahia, também se engajem na confecção das máscaras artesanais.